No último dia 23 deste mês completei 10 anos em que fui sagrada guerreira. Minha memória viaja naquele dia e encontra uma mistura de felicidade e terror. Felicidade pela honra, pelo orgulho, pelo mérito de uma trajetoria dedicada a magia do Tarot e que naquela sagração, se confirmava como digna a portar uma espada e defender causas maiores, obras maiores e a manutenção da harmonia que pretende o caminho do qual faço parte. O terror estava na eminência de perder meu pai terreno. Doente, com cancer de reto, ele convalescia em minha casa sob os cuidados de meu marido, mas bastante debilitado. Dias antes eu havia declinado de participar da cerimônia por conta desta situação, mas meu marido, parceiro, companheiro de jornada me convenceu a ir me assegurando que cuidaria de papai, e assim foi.
Durante a cerimônia, que durou 6 horas, vivi uma vida inteira. Revi minha trajetória até então, recebi o apoio de meus aliados humanos e espirituais e meu pai esteve em mim todo o tempo.
Voltei para casa ungida no divino e portando uma espada e uma comenda de guerreira.
Na madrugada do dia 27 papai morreu. Viveu como um homem e morreu como um guerreiro, esta foi a frase que mandei imprimir em sua coroa. A mais real expressão de sua vida. Hoje completam-se 10 anos de sua ida. Não há dor em mim, há uma saudade e uma vaidade imensa por ter sido nesta vida sua filha. Sei que ele segue em frente, como bom sagitariano, segue livre em frente e nós, eu e meu filho, seus descendentes guardamos sua memória e suas lições. A primeira delas de que o mundo é pequeno para nós, outra de que podemos ir onde bem quisermos que sempre teremos para onde voltar e uma em especial que ele sempre dizia: "Filha, carater não é bom ou ruim. Ou se tem ou não se tem! Mantenha o seu!"
Minha homenagem neste dia ao meu pai Otavio Mendes de Oliveira, que os seus caminhos estejam guiados pelo divino e que receba nossas emanações de amor e graças.
Te amo como jamais seria possível traduzir. E me orgulho de ter lutado minha primeira batalha como guerreira ao teu lado! Vencemos pai...vencemos!
Abraço apertado
Nivia Peggion